terça-feira, outubro 13

The final countdown.

Era a décima manhã que acordámos juntos das motos. Não tardámos a sair da tenda assim que o despertador tocou; à hora idêntica que nos levantaríamos para ir ás aulas, estávamos então a rolar nas bestas em direcção á Serra da Malcata!
Na bomba de gasolina regulámos a tensão da corrente, juntámos uma loirinha fré´squinha á conversa com a habitual companheira cigarrada, e sem dar por ela, chegámos a Penamacor onde iniciámos nova etapa.



Repetindo a minha versão da história, foi dos terrenos mais loucos em que rolámos, os cenários idílicos por onde passávamos eram uma constante. Estávamos a andar tão bem, que já nem pensava em parar para a sobremesa. A cada kilometro realizado, a cada riacho cruzado, a cada subida de montanha, e sua consequente descida guardava na minha memória fotografias notoriamente belas, raras e difíceis de obter. Ali estava eu vagueando num estradão por entre vales e montanhas, alcançámos uma grande planície. Não fosse esse um sítio perfeito para morar, não encontraríamos um ousado autocaravanista lá estacionado, naquela reserva em que habitaram os últimos linces Ibéricos em Portugal.

Kilometros mais adiante eu penso, como poderá estar a ser tão duro este raid ?? Cheguei á conclusão que estaríamos no caminho errado, quando, sózinho, já tinha feito 200 metros no meio de arbustos maiores do que eu, até chegar a um ponto em que me apercebi que quase nenhum meio de transporte circularia naquele trilho. Rapidamente peço ajuda ao Coruja para virar a moto para trás, e solucionar tal situação crítica. Esta foto ilustra o caminho por onde viemos.

Esta motra o caminho para a frente, no ponto onde o Coruja decidiu não seguir a minha palavra.


Após 3 manobras para trás e para a frente num curtíssimo espaço, o fotógrafo tirou estas fotos sequenciais, que tentam mostrar as plantas recuperarem a sua posição. Infelizmente devo ter tirado uns anos de vida a algumas eheh.




Nesta etapa onde circulámos por estradões bem largos (assim exigido pelo transporte das torres eólicas), também lhe aceleramos bem o punho, ultrapassando os 90 KM/H.

O percurso levou-nos a conhecer a torre de vigia no ponto mais alto da serra da Malcata.


Descemos dos 1075 metros de altitude, por estradões rolantes até que seriam 15H quando terminámos a etapa na bonita vila da Malcata. Deu ainda tempo para viver um pouco desse ambiente rural, sentados num banco no centro da vila, comemos uma satisfatória bucha, enchemos os cantis na fonte, precavemo-nos com alimentação no mercado, lemos o próximo roadbook, e não saímos, sem antes a sobremesa me levitar a mente...

Era uma surpresa agradável para nós, mas não um hábito, começar 2ª etapa no mesmo dia que começámos a 1ª. O roadbook indica-nos que devemos começar no centro da Malcata (onde nos encontrávamos), e de lá partimos em direcção ao castelo do Sabugal. Estivemos a rolar muito bem, na realidade as etapas do norte também eram mais curtas. Desta etapa não tirámos fotos, para evitar que anoitecesse a meio da mesma.

Desta vez, que seria a última noite deste passeio, foi do honesto e simpático companheiro de viagem, que surgiu a ideia de dormir-mos numa residencial, onde jantámos e dormimos por trinta e cinco euros.

Devo dizer que estávamos plenamente satisfeitos com essa noite, onde tomámos um wiskie, e não foi possível evitar uma sobremesa antes da preciosa noite de sono que passámos.

Fotos por Pedro Carrilho.

Um comentário:

  1. já ha uns tempos andava a perguntar-me como é que tinha corrido a viagem. já vi que com alguns percalsos normais à pratica do tt, mas pareceu me acima de tudo bastante divertida!

    muito porreiros os posts.

    abraco

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