segunda-feira, setembro 21

Em linhas grossas te mostro "la ruta para la verdad"

Então no 5º dia esta foi a nossa alvorada, envoltos em motos deitadas, outras atrás dos arbustos para evitar sermos vistos da estrada.
Não houve maneira de evitar uma sobremesa após o acordar. Belo, num cenário com árvores, montes e animais a mistura; contagiou de tal modo que era-nos duro sair do spot para arrumar as nossas tralhas. Mas a vontade de colar o punho e assapar na terra falou mais alto e penso que em 90 minutos tinhamos tudo pronto.

Começámos a aperceber-nos que fazia parte do passeio, ensinar o Coruja a acomodar a sua imensa carga na AT. Era sempre pela manhã o período mais complicado, dava sempre para fumar um ou dois cigarros enquanto ele nos pedia ajuda, e ainda nos ria-mos um bocado ao vê-lo a estrebuchar.



Nisto já seria para ai 13H quando voltámos ao último ponto do roadbook para seguirmos a rota. 3 ou 4 pontos depois deparámo-nos com um portão trancado a cadeado, todo o terreno vedado, um riacho impossivel de passar faz-nos perder mais trinta ou quarenta minutos a descobrir uma alternativa. E quando voltámos á rota um pouco mais a frente, deparámo-nos no interior duma prorpriedade com dezenas de Vaaacas e Booois a impossibilitar-nos a passagem, das quais 5 ou 6 estariam mesmo em cima do trilho. Dessas, 2 afastaram-se e as restantes permaneceram obrigando a comandita a sair do trilho. Olha se não tivessemos motos TT, já estariamos parados a espera que suas excelências vacas fossem ruminar para outro lado... Optámos por parar um pouco á frente onde seria possivel fotografá-las a ao lado de uma ponte Romana e do mesmo riacho; Depois fomos à sobremesa outra vez.




Nas há nada para apontar nas 3 horas seguintes, visto que, um pouco tarde, mas sempre com bons dias de sol a crew estava a seguir o projecto. Combinando a capaçidade física para andar de moto e a perspicáçia de ler estes mapas pouco usuais denominados de roadbook's.


É sim a 10 km do final da etapa onde não era difíçil de passar, mas sim impossível; é de notar que estes vagabundos já estão trés habitué a retirar o "im" de imposível, e tomando em atenção que é muito importante cumprir o roadbook meticulosamente, viram-se então forçados a retirar / arrastar um mega calhau (do tamanho de uma boa mala de viagem) do meio de uma pilha de calhaus, na realidade aí colocados pelo Sr. Presidente da Câmara não-sei-de-qual com o propósito de impossibilitar a passagem.

Perguntámos a um vizinho que morava aí a jusante se estaríamos no caminho certo. O pastor confirma-nos que esse estradão iria dar encontro á vila de Campo Maior, e responde-nos com com tristeza que já nem os seus cavalos nesses 2 pontos criticos onde foram colocadas as pedras. Ouvimos o pastor falar com o sentimento de tamanha impotência perante a situação de ter um bom terreno de pasto frente a sua casa, não sendo possivel aceder-lhe. Nós tomámos uma posição diferente, e as nossas motos de 20, 30, 40, 50 e 60 cavalos potência superaram esses dois pontos críticos.



Mais grave que porem os riders a arrastar calhaus durante o passeio, foi o facto que nesse processo ficámos com um membro da crew, Duarte Mota, incapaçitado fisicamente. Enquanto nos movíamos num ritmo frenético procurando sair daquele lugar, o Duarte andava a pé, e não observou bem o entulho existente, ao que espetou no pé uma ponta levantada duma grade de vedação. O ferro da espessura do carvão dum lápis trespassou a bota, entrando dois ou três centímetros no pé.
Já estávamos quase para ir á sobremesa enquato se fazia o curativo no Duarte, mas não, seguimos a rota até que rapidamente temos encontro com a barragem do Caio, a dois kilometros do campismo de Campo Maior. Estávamos a completar a estapa com o sol das 18H, sobrando então tempo discutir os planos do dia seguinte, apreciar da sobremesa num agradável open space, atestar os depósitos, comer um gelado, e montar tenda ainda de dia.
O jantar foi no campismo, e deitámo-nos cedo, depois da sobremesa...

Fotos por Pedro Carrilho.

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